Porque é que a F1 é para fazer com execução e a F2 é para tentar levar até ao fim??
Talvez a observação contida nesta frase seja um pouco exagerada, mas a verdade não anda muito longe disto. Ainda hoje, está muito presente, tanto nos nossos ginastas como em muitos treinadores, a ideia de que a F1 é uma série certa, segura e que se pretende fazer com a melhor execução possível, ao passo que a F2 e eventualmente a F3 são séries de risco, onde se joga tudo (uma espécie de lotaria) tentando que a coisa resulte e que a série vá até ao fim, para resultar numa nota que na maior parte das vezes não se vai atingir.
Tenho estado em contacto com alguns treinadores e clubes ingleses, num campo de treinos no Algarve, que fazem coisas boas e coisas menos boas, tal como nós, mas há uma diferença que salta à vista. O número de vezes que repetem cada elemento e cada ligação quer da F1 quer da F2 (já para não falar do número de vezes que repetem as progressões quando estão a trabalhar um elemento novo) é muito superior aquilo que nós normalmente fazemos. A consistência que conseguem numa F2 não é muito diferente daquela que apresentam na F1 e como tal a sua confiança em cima do trampolim é muito diferente daquela a que estamos habituados.
Claro que falo de clubes que vêm apresentando um trabalho estável e de muita qualidade há muitos anos a esta parte.
As suas notas de dificuldade não são muito elevadas mas a execução associada às dificuldades apresentadas é muito interessante e resulta em notas finais bastante apreciáveis (logo nos escalões mais baixos).
Mas o objetivo deste post não é estabelecer uma comparação com o resto do mundo, mas antes olhar para dentro e perceber como é que se pode fazer evoluir positivamente esta mentalidade e esta cultura de que "faço a F1 sem problemas e depois vou tentar não falhar a F2".
O que é que poderemos estar a fazer de errado?
Será uma questão de organização do treino? Gastamos o mesmo tempo com a F1 e com a F2, apesar de a F2 ter um valor de dificuldade muito diferente? Será porque optamos quase sempre por trabalhar a F1 no início do treino, enquanto os ginastas estão frescos e depois vamos trabalhar a F2 na fase do treino em que uma parte importante da energia disponível já foi gasta e em que a fadiga já tem um papel importante no resultado de cada passagem? Será porque todos os dias trabalhamos a F1 que por vezes é a mesma há 2 ou 3 ou 4 anos (no caso dos elites) e a F2 muda todos os anos (enquanto não são seniores) e por vezes mais do que uma vez em cada ano acabando por não ter o tempo de rodagem de que precisa?
O que é que acham amigos?
Têm a mesma preocupação que eu, ou acham que este é um "não problema"?
Bem hajam
Boas férias
Aquele Abraço
Helder Silva
Talvez a observação contida nesta frase seja um pouco exagerada, mas a verdade não anda muito longe disto. Ainda hoje, está muito presente, tanto nos nossos ginastas como em muitos treinadores, a ideia de que a F1 é uma série certa, segura e que se pretende fazer com a melhor execução possível, ao passo que a F2 e eventualmente a F3 são séries de risco, onde se joga tudo (uma espécie de lotaria) tentando que a coisa resulte e que a série vá até ao fim, para resultar numa nota que na maior parte das vezes não se vai atingir.
Tenho estado em contacto com alguns treinadores e clubes ingleses, num campo de treinos no Algarve, que fazem coisas boas e coisas menos boas, tal como nós, mas há uma diferença que salta à vista. O número de vezes que repetem cada elemento e cada ligação quer da F1 quer da F2 (já para não falar do número de vezes que repetem as progressões quando estão a trabalhar um elemento novo) é muito superior aquilo que nós normalmente fazemos. A consistência que conseguem numa F2 não é muito diferente daquela que apresentam na F1 e como tal a sua confiança em cima do trampolim é muito diferente daquela a que estamos habituados.
Claro que falo de clubes que vêm apresentando um trabalho estável e de muita qualidade há muitos anos a esta parte.
As suas notas de dificuldade não são muito elevadas mas a execução associada às dificuldades apresentadas é muito interessante e resulta em notas finais bastante apreciáveis (logo nos escalões mais baixos).
Mas o objetivo deste post não é estabelecer uma comparação com o resto do mundo, mas antes olhar para dentro e perceber como é que se pode fazer evoluir positivamente esta mentalidade e esta cultura de que "faço a F1 sem problemas e depois vou tentar não falhar a F2".
O que é que poderemos estar a fazer de errado?
Será uma questão de organização do treino? Gastamos o mesmo tempo com a F1 e com a F2, apesar de a F2 ter um valor de dificuldade muito diferente? Será porque optamos quase sempre por trabalhar a F1 no início do treino, enquanto os ginastas estão frescos e depois vamos trabalhar a F2 na fase do treino em que uma parte importante da energia disponível já foi gasta e em que a fadiga já tem um papel importante no resultado de cada passagem? Será porque todos os dias trabalhamos a F1 que por vezes é a mesma há 2 ou 3 ou 4 anos (no caso dos elites) e a F2 muda todos os anos (enquanto não são seniores) e por vezes mais do que uma vez em cada ano acabando por não ter o tempo de rodagem de que precisa?
O que é que acham amigos?
Têm a mesma preocupação que eu, ou acham que este é um "não problema"?
Bem hajam
Boas férias
Aquele Abraço
Helder Silva
Eu concordo com o método dos ingleses. Dar importância à dificuldade mas sempre com primazia na execução
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